sábado, 10 de dezembro de 2011

FADO a Património Imaterial da Humanidade

Especialistas de Coimbra apoiam candidatura, Rui Pato lamenta que FADO DE COIMBRA fique de fora


O investigador de Coimbra Jorge Cravo apoia incondicionalmente a candidatura do fado a Património da Humanidade, enquanto o músico Rui Pato lamenta a não inclusão do género coimbrão no projeto apresentado à UNESCO.


“Espero que seja uma candidatura vencedora”, declarou hoje à agência Lusa Jorge Cravo, estudioso do que designa por “canção de Coimbra”, sobre a qual tem várias obras publicadas.


Para Jorge Cravo, o fado que se canta em Lisboa e a música associada à tradição académica da Universidade de Coimbra, vulgarmente denominada fado de Coimbra, “são dois géneros distintos”. “Só uma decisão politicamente incorreta é que levaria a que o fado não fosse património na UNESCO”, acrescentou.


Enquanto “cultor também de um género da tradição oral”, que é a canção de Coimbra, “congratulo-me que o fado seja reconhecido como Património da Humanidade”, disse.

Jorge Cravo apoia a integração da “canção de Coimbra”, enquanto património imaterial, na candidatura que a Universidade de Coimbra já formalizou junto da UNESCO.


Sobre a ideia de integrar o fado dos estudantes na candidatura apresentada por Lisboa, o investigador de Coimbra disse que “isso seria subalternizá-lo e fazer dele um apêndice do fado de Lisboa”.


Também o médico Rui Pato, que muitas vezes acompanhou à viola o cantor José Afonso, manifestou hoje “uma opinião muito favorável” à aprovação da candidatura do fado a Património da Humanidade.


“Isso é importante para uma das formas mais importantes da música de expressão portuguesa, que é o fado. Mas vejo o fado de um modo mais extensivo”, disse.

Rui Pato tem “muita pena que o fado de Coimbra não esteja abrangido também por aquilo que a candidatura” de Lisboa “pode vir a trazer de positivo”.


O antigo companheiro do autor de “Grândola Vila Morena” disse “estar convencido de que esta candidatura do fado que está a ser apreciada vai vingar”.


No entanto, lamentou que “esta fatia importante do fado, que é o de expressão coimbrã”, não tenha sido incluída na candidatura protagonizada por Lisboa, “para que possa ser mais estudado, mais divulgado e mais incentivado”.


A candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade foi apresentada pela Câmara Municipal de Lisboa, através da EGEAC/Museu do Fado, em junho de 2010, e vai ser votada no VI Comité Inter-Governamental da Convenção da UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, que decorre em Bali, na Indonésia, até dia 29.
Publicado pela LUSA em Nov 25 2011

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